Sinto um tremor na cama e um ruído característico de quem sonha, olho para o lado e vejo o corpo da minha diversão noturna, coitado, cujo o nome eu não sei. Está dormindo um sono gostoso e tranqüilo como um anjo, mas sonha na cama mais impura do sistema solar.
Não consigo me recordar aonde o conheci, mas sei muito bem o que fizemos, pois o odor de sexo e suor continua a transpirar das paredes, ou seria o mesmo odor de sempre? Foda-se!
Seu corpo magro, seu cabelo claro, sua barba por fazer, ele até chega a ser bonito, vamos colocar assim, mas é apenas isso, apenas uma noite.
Me levanto e vou nu até a cozinha, pego uma cerveja na geladeira (às 10 da manhã???), vejo que a casa continua como sempre, uma zona. Caixas de pizza, comida congelada, latas de cerveja e milhares de bitucas de cigarro espalhados pelo chão do apartamento.
Sinto nojo da casa, sinto nojo da cama, sinto nojo de mim. A depressão e a desilusão para com a raça humana, me tornou esse resto de ser humano, sem vontade, sem princípios...
Enquanto "admiro" a podridão do meu lar, ouço um "bom dia" em alto e bom tom vindo do meu quarto.
É... chegou a hora de fazer algo que eu detesto pela manhã, a hora de espantar (ou expulsar na maioria dos casos) o jovem anjo, com sua beleza ímpar desse antro imundo que eu nomeei como lar.
Quando volto para o quarto, fumando e bebendo, ele me olha com desejo, com aquele sorriso característico de quem sabe o que quer e com o seu sexo em total excitação:
- Vamos? - me pergunta, fazendo um movimento com o próprio.
Dou um sorriso e penso:
"É! Acho que eu posso me divertir mais um pouco ainda".
Um comentário:
porra!
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