Crônicas do dia-a-dia louco e insano que passamos correndo sempre, sem sequer olhar profundamente para si mesmo.

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

De manhã...

Acendo um cigarro. Sento na beirada da cama. Ainda sinto o gosto amargo de conhaque barato na boca. Minha cabeça dói, reflexo da minha ressaca quase cotidiana. Vejo meu reflexo nesse espelho estúpido que parece ampliar ainda mais os meus defeitos.
Sinto um tremor na cama e um ruído característico de quem sonha, olho para o lado e vejo o corpo da minha diversão noturna, coitado, cujo o nome eu não sei. Está dormindo um sono gostoso e tranqüilo como um anjo, mas sonha na cama mais impura do sistema solar.
Não consigo me recordar aonde o conheci, mas sei muito bem o que fizemos, pois o odor de sexo e suor continua a transpirar das paredes, ou seria o mesmo odor de sempre? Foda-se!
Seu corpo magro, seu cabelo claro, sua barba por fazer, ele até chega a ser bonito, vamos colocar assim, mas é apenas isso, apenas uma noite.
Me levanto e vou nu até a cozinha, pego uma cerveja na geladeira (às 10 da manhã???), vejo que a casa continua como sempre, uma zona. Caixas de pizza, comida congelada, latas de cerveja e milhares de bitucas de cigarro espalhados pelo chão do apartamento.
Sinto nojo da casa, sinto nojo da cama, sinto nojo de mim. A depressão e a desilusão para com a raça humana, me tornou esse resto de ser humano, sem vontade, sem princípios...
Enquanto "admiro" a podridão do meu lar, ouço um "bom dia" em alto e bom tom vindo do meu quarto.
É... chegou a hora de fazer algo que eu detesto pela manhã, a hora de espantar (ou expulsar na maioria dos casos) o jovem anjo, com sua beleza ímpar desse antro imundo que eu nomeei como lar.
Quando volto para o quarto, fumando e bebendo, ele me olha com desejo, com aquele sorriso característico de quem sabe o que quer e com o seu sexo em total excitação:
- Vamos? - me pergunta, fazendo um movimento com o próprio.
Dou um sorriso e penso:
"É! Acho que eu posso me divertir mais um pouco ainda".

Um comentário:

Anônimo disse...

porra!