Crônicas do dia-a-dia louco e insano que passamos correndo sempre, sem sequer olhar profundamente para si mesmo.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Ah... O Amor...

Me vejo sozinho em minha casa.
Ainda sinto o seu cheiro, nos móveis, nas minhas roupas, nos cômodos por onde nos amamos.
Ainda sinto teu gosto na minha boca.
Ainda ouço sua risada ecoando pela sala, pelo quarto.
Ainda ouço sua voz doce, ao pé do ouvido, dizendo coisas que nunca esquecerei.
Sei que não devo sentir isso por ti. Mas é impossível, praticamente inevitável.
Inevitável querer tua pele nua sobre o meu corpo, sentir seu corpo quente após o banho, sentir o peso do seu corpo quando dorme sobre mim.
Inevitável querer olhar nos teus olhos castanhos, doces e cheios de mistérios.
Inevitável querer fazer-te gozar sobre mim, ver o prazer espantado em todo seu rosto.
Mas com lágrimas nos olhos, eu sei o porque você nunca virá...
Porque não passas de uma PUTA!
Uma reles putinha, medíocre e infeliz! Jogada na ruas e no mundo, perdendo o pouco que lhe sobra de dignidade e amor próprio.
Mas além disso, estás a perder o homem da sua vida, o grande amor que desde pequena sempre desejou.
Estás prestes a perder o grande amor de sua vida, sua PUTA!

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

De manhã...

Acendo um cigarro. Sento na beirada da cama. Ainda sinto o gosto amargo de conhaque barato na boca. Minha cabeça dói, reflexo da minha ressaca quase cotidiana. Vejo meu reflexo nesse espelho estúpido que parece ampliar ainda mais os meus defeitos.
Sinto um tremor na cama e um ruído característico de quem sonha, olho para o lado e vejo o corpo da minha diversão noturna, coitado, cujo o nome eu não sei. Está dormindo um sono gostoso e tranqüilo como um anjo, mas sonha na cama mais impura do sistema solar.
Não consigo me recordar aonde o conheci, mas sei muito bem o que fizemos, pois o odor de sexo e suor continua a transpirar das paredes, ou seria o mesmo odor de sempre? Foda-se!
Seu corpo magro, seu cabelo claro, sua barba por fazer, ele até chega a ser bonito, vamos colocar assim, mas é apenas isso, apenas uma noite.
Me levanto e vou nu até a cozinha, pego uma cerveja na geladeira (às 10 da manhã???), vejo que a casa continua como sempre, uma zona. Caixas de pizza, comida congelada, latas de cerveja e milhares de bitucas de cigarro espalhados pelo chão do apartamento.
Sinto nojo da casa, sinto nojo da cama, sinto nojo de mim. A depressão e a desilusão para com a raça humana, me tornou esse resto de ser humano, sem vontade, sem princípios...
Enquanto "admiro" a podridão do meu lar, ouço um "bom dia" em alto e bom tom vindo do meu quarto.
É... chegou a hora de fazer algo que eu detesto pela manhã, a hora de espantar (ou expulsar na maioria dos casos) o jovem anjo, com sua beleza ímpar desse antro imundo que eu nomeei como lar.
Quando volto para o quarto, fumando e bebendo, ele me olha com desejo, com aquele sorriso característico de quem sabe o que quer e com o seu sexo em total excitação:
- Vamos? - me pergunta, fazendo um movimento com o próprio.
Dou um sorriso e penso:
"É! Acho que eu posso me divertir mais um pouco ainda".

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

Qual é o oposto de amar?

Qual é o oposto de amar?
Ódio? Ira? Raiva?
Sempre achei que era algo do tipo.
Mas depois que Pedro me deixou, a primeira coisa que percebi, é que quando somos largados num mar de tristeza assim, sem mais nem menos, é a solidão que nos faz companhia.
A Casa. Não aguento ver a casa vazia, fria, triste. O cheiro dele nas minhas roupas, no guarda-roupas vazio, ver as fotos das festas com os amigos, ver as fotos das nossas viagens, ouvir as músicas que embalaram todos os meus sonhos de felicidade com ele.
Tenho um buraco negro dentro de mim. Um buraco negro, que está sugando tudo de bom e alegre que existe ou existiu em minha vida. Pedro não só me deixou, como tirou de mim a felicidade da sua companhia, da sua segurança, da sua confiança e do seu amor.
Faz 3 meses que estou nesse estágio. Não tenho vontade de nada. Sei que tenho que me erguer, que tenho que lutar novamente, mas dentro de mim, a dor é tanta e ao mesmo nenhuma.
Sempre precisei ver o ferimento pra sentir a dor, ver o sangue pra sentir a dor.
Mas quando a dor que sinto, está por dentro, me matando, me flagelando, não sei como sentir essa dor, não sei como fazê-la parar.
Meus amigos me esqueceram, porque foi o que pedi que fizessem, que me esquecem. Me deixassem em paz, se é que ficar nessa casa fria e gelada remoendo o passado se pode chamar de paz.
Lógico que pensei inúmeras vezes em me matar, mas sempre pensei que desistir da vida é o caminho dos mais fracos e covardes e mesmo nesse estágio vegetativo em que me encontro, ainda quero lutar pela vida.
Tento sair de casa, mas tudo piora, ver as ruas que passamos juntos inúmeras vezes, fazendo promessas para as nossas vidas, a praia, os carros, os bares, os bancos, o céu que sempre esteve por cima de nossas cabeças para nos dizer que ele era o limite, o limite de nosso amor.
Solidão. Esse é o oposto de amar.
Porque depois de tantos anos juntos, de repente se ver sozinho em uma casa que era apenas alegria e amor e que agora fede a tristeza e pranto, isso sim é solidão. De repente passar pelos lugares que sempre estive em sua companhia e que eram os lugares mais lindos que já vi, agora são como olhar um quadro rasgado e sujo, uma coisa sem objetivo, isso sim é solidão. De repente olhar para o céu que era a testemunha de nosso amor e que sempre pensávamos em como poderia existir algo tão belo, agora é apenas uma colcha suja e cinza em cima de todos nós, isso sim é solidão.

Solidão, esse sim é o oposto de amar.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Rodrigo e Leandro

- Eu te amo.
Essas foram as palavras que ele usou.
Enquanto caminhava de volta para o hotel, Rodrigo ainda não acreditava no que tinha ouvido. Voltando da casa de seu amor de infância, Leandro. Rodrigo, que sempre foi um rapaz sonhador, queria ser jornalista, queria estar no mundo. Leandro, era um rapaz tímido, que queria conhecer o mundo, por isso a profissão que ele e Rodrigo escolheram era perfeita.
Se conheceram aos 7 anos de idade na rua da casa deles, eram vizinhos e desde então nunca mais se separaram. Estudavam na mesma classe, iam aos mesmo lugares, gostavam das mesmas coisas, eram amigos inseparáveis. Quando terminaram os Ensino Médio, decidiram que iriam ser jornalistas de renome para alcançarem seus objetivos. Mas por obra do destino, eles se separaram.
Rodrigo foi estudar em São Paulo, mas ainda assim nutria esse sentimento mágico por Leandro sem que ele soubesse. Leandro foi pro Rio de Janeiro, amando sem saber o amigo querido.
No último ano de faculdade, resolveram que deveriam se ver novamente, nada mais de emails, MSN, iriam se ver em carne e osso. Rodrigo foi então para o Rio de Janeiro nas férias para rever Leandro. Durante os vários dias que se passaram, cada um foi se descobrindo novamente.
Rodrigo agora usava óculos, gostava de comida japonesa, ouvia indie rock e gostava de seriados americanos. Era mais alto do que antigamente, usava barba e tinha o cabelo todo cacheado.
Leandro era mais forte, era vegetariano, ouvia samba rock, lia clássicos da literatura brasileira como se fossem revistas. Estava mais moreno, adorava praia e tinha o cabelo liso e queimado de sol.
Leandro mostrou os pontos turísticos da Cidade Maravilhosa para Rodrigo e conversavam sobre várias coisas. Os dois estavam concluindo o curso, tinham que entregar seus trabalhos finais, então viviam conversando sobre seus trabalhos, pesquisas e etc.
Nunca falavam sobre mulheres. Nunca iam a baladas ou locais cheios de gente. Sempre era apenas os dois em todos os programas, nenhum amigo da faculdade, nenhum vizinho, somente os dois. E isso ainda não tinha saltado aos olhos deles.
Rodrigo tinha reservado uma semana em um hotel, próximo aonde Leandro morava, Leandro insistia para que o amigo ficasse em sua casa, afinal queria ficar com Rodrigo se deixasse todos os segundos do dia. Rodrigo por sua vez, tinha medo de que seu amigo notasse seu amor por ele, sendo assim continuava a recusar os pedidos de Leandro.
Faltando apenas um dia para Rodrigo voltar pra São Paulo, eles resolveram passar o dia juntos, sem se preocupar com nada.
Estavam jantando na casa de Leandro, quando de repente, seus olhares se encontraram.
E o que alma e o coração dos dois mais desejavam aconteceu. Um beijo.
Um beijo tomado por anos de espera, por anos de sofrimento e de amor.
Descobriram ainda mais segredos um do outro. Leandro e Rodrigo nunca haviam beijado outra pessoa, porque só desejavam um ao outro. Mas o medo de contar e perder a amizade era tanto que nunca mencionaram para o outro seus verdadeiros sentimentos.
Na noite do primeiro e tão esperado beijo de amor, tiveram sua primeira e tão esperada noite de amor.
E de amanhã, quando Rodrigo tinha que voltar ao hotel para pegar suas coisas e ir de volta para São Paulo, ele ouviu o que sempre desejou ouvir de Leandro:

- Eu te amo.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Sábado Compulsivo

Quase meia noite. Se arruma na frente do espelho e não se sente muito bem com o que veste.
Mesmo assim, sai em direção da porta da frente. Desce três lances de escada, mais alguns passos está na rua. Poluição, carros, gritos, fedor de urina, gente vendendo, gente rindo, gente oferecendo, gente bebendo.
Começa o trajeto para a boa da noite, passa por algumas pessoas, tudo brilha e fede. Tudo fala e é surdo ao mesmo tempo.
O local está cheio, observa algumas pessoas que estão do lado de fora fumando, bebendo e falando banalidades. Resolve entrar, pega um dose de vodca e uma cerveja, vai para rua, fuma alguns cigarros, as coisas ao seu redor continuam a se mover loucamente, carros passam a cada vez mais rápidos e em grandes números, profissionais da noite desfilam pra lá e pra cá, oferecendo o que pode oferecer.
Quase duas da manhã, A "sede" começa a ficar cada vez mais insuportável. Depois de tomar umas cinco doses de vodca, algumas tantas cervejas, fumando vários cigarros e conversado com várias pessoas, interessantes ou não, é hora de saciar a sede.
Desce a escada do bar e entra na pista. A música é extremamente dançante e delirante. Sente como se estivesse em outro planeta. Laser verdes explodem por toda a parte, pessoas dançam freneticamente, se esfregam em todas as direções, corpos suados dançam como um só.
Ela se aproximou, dançaram durante alguns minutos, que pareciam anos, pois assim entravam em contato pelo tato e olfato. Ela quer companhia no banheiro. A porta se fecha. Uma carreira desaparece, as bocas se encontram vorazes, o tato se torna mais intenso, mais selvagem, a sede por sexo e logo mais o climax. O banheiro fica novamente vazio, mas a sede ainda está forte, depois de ir mais duas vezes ao banheiro fazer as carreiras desaparecerem e a sede ser um pouco saciada com outras duas estranhas, a noite continua rolando solta.
Sente duas mães fortes em torno de seu corpo, a barba raspando sua nuca, dança no rito do cara, que lhe diz obscenidades no ouvido, ele quer te chupar, quer gozar com você, quer delirar em teu corpo, a excitação aumenta mais e mais.
Correm pela rua de mãos dadas, param em algumas esquinas pra se beijar e se tocar com tesão.
Entram no apartamento do rapaz barbado, quase sem roupas. Se deitam em uma cama de casal, o ar do apartamento é de ressaca e cigarro barato, com a habitual essência de sexo que todo apartamento de solteiro libera pelas paredes.
Sexo, sexo, sexo, sexo é somente isso que se passa nessas almas.
Depois de muita saliva, dentes, unhas, pubianos, contrações, suor, dor, tesão e gozo. A sede goza loucamente.
Olhando o teto, o único pensamento que tem em sua cabeça é....

Quero outro cara.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Julia

Desliga o telefone. Ainda não acredita no que acaba de ouvir.
Seu corpo ainda não responde, sua alma ainda está aturdida.
Todo amor, toda a paixão, toda a esperança que ainda havia em seu ser foi pro ralo.
Seus sonhos, suas vontades....
Se joga na cama do quarto, grita, chora, se debate.
Pensa em como vão ser as coisas daqui pra frente.
Vai pro banheiro, se lava e chora novamente.
Vai pra cozinha, sente o cheiro que tanto dói no seu ser.
Vai pra sala e ainda consegue ouvir as vozes, as risadas, os gritos.
Decidi sair. Acende um cigarro no intuito de se acalmar, mas acaba por piorar ainda mais o que já está pior.
De repente nada mais faz sentido.
Quem é ela? Aonde está? Por que continua chorando loucamente? Por que grita loucamente? Por que tudo está quebrado por dentro?
Por que?
Sua resposta?
Um caminhão que não viu uma jovem chorando e gritando no meio da pista.
No últimos segundos de vida, enquanto a dor continua forte e insuportável ela se lembra o porque estava assim:

- Amor, vou até a casa da minha mãe faz tempo que não a vejo, amanhã de noite vou estar aqui te esperando com saudade....

- Julia? *soluço* Aqui é a mãe da Fernanda *chora descontroladamente*...*choro* assalto.... *choro* um tiro.... *chorando* JULIA A FERNANDA MORREU! *grita mais e mais*

Ouvindo gritos, pessoas chamando ajuda, mesmo assim ela só pensa em uma coisa:
Vou estar junto de você logo logo meu amor. Te amo.

....


quarta-feira, 9 de junho de 2010

o desespero me despedaça a alma. a volta de sair gritando por ai. a falta de certeza de que ao acordar as coisas vão melhor. putamerda! quero sumir. quero viver em paz. os fantasmas do passado continuam a me assombrar. a insônia está me destruindo pouco a pouco. a solidão. essa sim, já ganhou a batalha. eu que sempre acostumado a viver com as pessoas, simplesmente estou só. não é drama, é realidade. não poder contar com ninguém. desabafar, contar segredos, passar o tempo. o tempo. esse sim tem sido o meu grande inimigo. ele faz com que a dor e a solidão só se prolonguem mais e mais. quero dormir, mas não tenho sono. quero comer, mas não tenho fome.
quero beber, mas não tenho sede. somente ando e respiro todos os dias. cigarros e cafés. o cérebro não para de trabalhar um segundo. vendo a minha vida ser jogada no lixo. sem futuro. fazendo as mesmas coisas. todos falam: levanta! sai dessa vida. o problema é que o corpo não quer obedecer. meu cérebro sangra. meu coração sangra. minha alma sangra. todos sem esperança. sem desafios pra viver. a cada dia que passa é mais um dia. a cada ano que passa é mais um ano. a cada século que passa é mais um século. e no final das contas somente ela vence e me faz companhia.

a depressão.

segunda-feira, 24 de maio de 2010

A realidade

Essa situação deixa cada vez mais a vida dele angustiante.
Sua falta de propósito, sua falta de rumo na vida, sua falta de esperança em si.
Ontem tudo tinha um "caminho", hoje os caminhos são confusos e difíceis.
A solidão tem sido seu único consolo para a depressão.
A bebida tem sido companheira em todas as horas, depois do abandono.
A nicotina tem sido o alimento, porque fome não se tem.
As drogas tem sido os sonhos e as fantasias, porque essas, se foram com o vento.
Todos os dias a mesma rotina.
Todos os dias os mesmos pensamentos.
Como acabar com tudo? Como acabar com essa dor? Como acabar com essa existência?
Não, não... isso é para os fracos.
Os fortes de verdade, aguentam tudo o que a vida lhe impõe.
Os fracos desistem de si mesmos e criam personagens pra viver, máscaras, mas sempre acabam na mesma merda!
Mentindo para todos, mas na verdade se mentem para si.
Ele nunca precisou de personagens, nem de máscaras. Sempre mostrou a verdade nua e crua de seu corpo e de sua alma. Mas nunca se manifesta, porque afinal de contas, ele não pode se dar ao luxo de ser a vítima da história, ele é apenas coadjuvante, ou seja, quem se importa afinal?

Ele levanta de manhã cedo. Depois de cheiras uma "fantasia" pra "animar", vai para o banho. Lá tem devaneios de como seria a vida dele se tivesse seguido os passos de alguns "mascarados" que conheceu durante a história.
Sai do banho ainda molhado, abre a geladeira na procura daquela vodca barata que ele comprou ontem, depois de vender mais de seus pertences numa esquina qualquer. Toma dois goles secos, direto do bico acabando assim com ela. Vai até o quarto na procura de um cigarro, não encontra a porra do maço, PORRA! Enfim decide se virar, pega um pedaço de papel de pão e orégano, isso mesmo, orégano. Fuma como se fosse um ex fumante, que não dá uma tragada a mais de 30 anos. O cheiro e gosto de pizza da ansia. Vômito.
Decide sair, precisa de mais bebida e de mais fantasias.
Para em um lugar aonde ele sabe que o dinheiro vem rápido.
O carro para. O motorista? Provavelmente um desses maridos enrustidos de merda.
Antes de entrar no carro combina o preço. 50.
O cara pensa, mas acaba aceitando. Eles sempre aceitam, afinal, tem que satisfazer suas vontades carnais.
O motel é tão asqueroso quanto o cara, mas ele está pagando pra ouvir elogios falsos, certo?
O hálito do cara é de esgoto, seu corpo parece de um velho, ele faz o que quer. Beija, sorve, chupa, aperta, morde, esfrega...
Fala as mesmas idiotices que eles adoram falar: - "Como você é bonito. Como seus olhos são lindos. Como, blá blá blá..". Porque não vão logo ao que interessa? Querem meter ou conversar?
Depois de alguns poucos minutos de dor, suor e nojo. Se termina tudo.
O cara vai ao banheiro, se lava e volta como se nada tivesse acontecido.
Deixa o rapaz no mesmo ponto. Ele por sua vez corre até o mercado próximo, ainda com cara de vômito, roupas sem lavar e com o corpo fedendo o hálito daquele imbecil.
Vai as compras.
Vodca de quinta.
Maço de cigarros.
20 já foram.
Desce até a casa do "cara".
O resto do dinheiro fica ali.
Já em casa, toma a vodca, fuma o cigarro e cheira mais duas "fantasias" pra "comemorar".
Encosta em um canto da casa vazia e cheia de restos e adormece.
Sendo assim, ouve uma voz: - É hora de acordar.

No final das contas era apenas um sonho. Mas que durante os dias, as vezes consegue ser a realidade na sua mente, que está cansada de tanto sofrimento, dor e merda!

terça-feira, 18 de maio de 2010

SICKO - $O$ Saúde, um filme de Michael Moore

Dessa vez não vou contar nada obsceno, quer dizer... Depende de seu ponto de vista.
Em ano de eleição, acho que todo e qualquer brasileiro deveria procurar um pouco sobre seus candidatos, a mídia fantasia tudo o que vemos, por isso devemos procura mais a fundo.
Assiste hoje esse filme, "SICKO - $O$ Saúde", do diretor de "Fahrenheit 11 de Setembro", "Tiros em Columbine" e "Cartas da Zona de Guerra", Michael Moore. Por mais que a mídia sempre cause um certo impacto nesse tipo de filme, eu quis ver mesmo se era tudo isso. No final das contas, fiquei de boca aberta, com lágrimas nos olhos e com um sentimento de indignação e raiva infinito. Hoje em dia, todos os brasileiros reclamam da Saúde no país seja paga ou gratuita, eu por muitas vezes reclamam de demora no atendimento, nos exames, no preço dos remédios e afins. Não que não devemos reclamar e usar isso como critério de voto, com certeza devemos prestar a atenção nesse tipo de coisa. Hoje no Brasil, a maioria das pessoas que usam planos de saúde, são trabalhadores que conseguem os planos por meio de empresas, mesmo assim pagando caro por um serviço básico para qualquer cidadão. Todos os dias nos jornais televisivos, assistindo atônitos cenas absurdas de hospitais em cidades "x" cheios de pessoas na espera pra ser atendido, pessoas morrendo em filas de hospitais ou então a dificuldade de se conseguir um transplante. Mas se você ver como é isso no EUA....
Lá você trabalha como um condenando (literalmente falando) tem que pagar preços ABSURDOS por consultas, exames, internações, remédios, tratamentos, coisas absurdas, como pagar por uma bombinha de ar que custa US$ 120 doláres. Tudo o que há de pior em saúde no mundo está nos EUA. Eles são capazes de não atender você, por você não ter dinheiro pra pagar ou se o seu plano de saúde não tiver convênio com o hospital, os planos de saúde não deixam você ser um segurado se você tiver um quadro de doenças na sua vida, entre elas diabetes, autismo, pressão alta, HIV até mesmo doenças venéreas, ou seja, ele cuidam da saúde de quem? Essas mesmas empresas de saúde, negam exames, tratamentos, remédios até mesmo operações, que podem salvar vidas, só querem mesmo é saber do dinheiro. Tem hospitais em que se você não tiver plano de saúde pra pagar por um atendimento, eles simplesmente pagam um táxi pra te jogar na sarjeta de um hospital público, mesmo se você estiver com pontos ainda abertos ou com o soro ainda na veia! Moore, vai a outros países de 1º Mundo e até mesmo em Cuba, ver como as pessoas desses países são tratadas, até mesmo quem é apenas turista ou imigrante. Na Grã-Bretanha, você não paga nada pra se consultar com nenhum médico, você não paga nem pra ir até o hospital, eles pagam o dinheiro de volta pra você, seus remédios, TODOS saem pelo mesmo preço, não importa quantidade, se você tem tomar 2 tipos de remédios, você pagam 6,95 libras ou euros, se você tem que tomar 120 comprimidos você vai pagar o mesmo valor! Na França, além de tudo isso, você tem médico na sua casa a qualquer hora da manhã e por qualquer motivo, sem pagar nada. Para as grávidas, tem o direito de 6 meses de licença maternidade pagas e se quiser você pode tirar mais 6 meses, sem o risco de ser mandado embora, se ficar doente, fizer uma operação e achar que o tempo dado inicialmente pelo médico é o suficiente, eles te dão mais tempo, seja ele, semanas ou meses, tudo pago pelo governado e o empregador! E até em Cuba, eles são atendidos com mais dignidade e respeito, tendo até mesmo um grupo de voluntários do 11 de setembro que não foram ajudados pelo "Fundo dos Heróis de 11 de Setembro" pois não estavam trabalhando no dia e simplesmente foram ajudar e não recebem ajuda do governo por isso, receberam um tratamento gratuito (como todos os habitantes de Cuba) no hospital, aonde os "comunistas inimigos" cuidam melhor do seu povo e dos outros, do o EUA herói, que cuida MUITO melhor de terroristas capturados pela CIA que estão presos em Guatanamo. Além disso, França e Grã-Bretanha tem outros tipos de auxilio do governo, como ensino superior gratuito e creches com valores mínimos e tudo isso, com a taxa de contribuição que você paga no holerite, sabe aquela taxa chata que você paga de 7% ou mais no salário? Lá é usando pra ajudar o povo de verdade!
Enfim, gostaria que quem ler isso, procure esse filme antes de votar, mas veja com bons olhos, porque assim, você vai saber como decidir quem deve receber seus votos, quem deve governar esse país, para que um dia ela seja um país de primeiro mundo, mesmo que só no campo da saúde, e não um país que deixa seu povo na sarjeta, pagando muito dinheiro pra receber algo essencial para viver.
Termino esse texto - enorme por sinal - com uma frase que ficou na minha cabeça durante todo o filme:

"Se você tem dinheiro pra matar pessoas, pode conseguir dinheiro para ajudá-las (salvá-las)"

Tony Been, membro do parlamento britânico.

sexta-feira, 14 de maio de 2010

A Hipocrisia com Alejandro

Estava no canto do bar, esperando o tempo passar para poder ir embora. Estava de saco cheio de ouvir as mesmas conversas, as mesmas piadas, as mesmas músicas, de ver as mesmas pessoas. Mas era sua unica opção. Sentou-se no balcão e pediu uma cerveja para o barman, que por sinal era uma das poucas coisas que se podia sempre apreciar no bar. A cerveja estava bem gelada, do jeito que ele gostava. Olhou mais uma vez para o relógio, quase meia noite, era hora de pagar a conta e ir embora.
- Está com tanta pressa assim? - perguntou um rapaz que acabava de chegar ao balcão.
- Não, não, mas é que já está tarde e eu prec.... - ia já se levantando, mas o rapaz interveio. Colocou a mão em seu braço e disse:
- Fica mais um pouco, estava te olhando do outro lado do bar e só tomei coragem de lhe falar agora, fica pelo menos pra tomar uma cerveja.
O convite era muito tentador, afinal, não é todo dia que alguém jovem e bonito se interessa por um homem na casa dos 30. O rapaz era alto, devia ter lá seus 1,80m, mexicano, de cabelos pretos e lisos, um sorriso que ao mesmo tempo era doce e safado. Belos olhos castanhos, coisa linda de se ver, uma voz grave, com barba por fazer, com mãos grandes. Usava uma camiseta branca por baixo da jaqueta de couro, o que lhe dava um ar de seriedade e compromisso para alguém que estava no início da maioridade, porque afinal de contas aparentava ter lá seus 20 anos, dele vinha um aroma de baunilha e madeira que excitava quem quer que fosse. O papo foi rolando solto, sem neuras, conversaram sobre suas afinidades, sobre seus gostos, suas preferências musicais, para filme, livros...
Quando percebeu já era três e meia da manhã, devia a muito estar em casa. Se despediu do rapaz, cujo o nome, a essa altura da bebida, era impossível lembrar. Um olhar. Um sentimento. Um calor.Quando percebeu, estavam se beijando loucamente em um beco próximo ao bar, a língua e as mãos do rapaz, sabiam muito bem aonde ir, não precisava de guia, nem livros pra ensinar.
- Acho melhor irmos pra um motel. - disse sussurrando de prazer ao seu ouvido.
- Moro aqui perto, vamos até meu apartamento.
Foram apressados, como se alguém os perseguisse. Chegaram ao apartamento.
Beijos de desejo. Beijos de loucura. Os corpos nus se entrelaçando loucamente.
Gemidos. Suor. Gritos. Sussurros. Unhadas. Mordidas.O orgasmo foi intenso e prazeroso. Queriam mais e mais. Não se sabia se pelo desejo carnal, a muito tempo sem ser saciado ou pelo efeito gozativo que o álcool lhe proporcionou. Permaneceram nessa transa sem fim, durante horas. Prolongaram durante dias.Os dois homens, trancados dentro de um apartamento, vivendo apenas de sexo. Apenas de orgasmos sem fim, durante 3 dias.
Na noite do terceiro dia, o rapaz decidi ir embora. Um longo adeus.Promessas de um novo encontro, trocam telefones, e-mails, perfis e se despedem.
Sozinho, enquanto arrumava toda a bagunça feita pelos seus atos carnais e selvagens com o jovem rapaz, se lembrou de algo.
Minutos depois estava no aeroporto, esperava ansioso, achando que poderia ter se esquecido de seu compromisso. Mas quando avistou, sabia que estava ainda no horário.
- Oi meu amor! Que saudade de você! Tudo bem por aqui? - perguntou a mulher que o abraçava bem forte, com seus braços miúdos, suas mãos pequenas, mas que em uma delas estava um aliança de casamento.
- Oi meu amor! Que saudade eu estava de você também! Está tudo bem por aqui sim, me conte como foi de viagem? - perguntou ele com uma voz doce, de quem está com muitas saudades!
- Ai, Paris é uma delícia, da próxima vez, quero ir com você! O único problema é que aonde fiquei, tinha muito daqueles bares de gays, argh! Que nojo! Alguns até parecidos com aquele próximo de casa. Queria que as autoridades dessem um jeito nesses demônios!. - disse a mulher com um certo nojo, bem na hora em que passava por perto um casal de homens. - Deveriam ter vergonha! - disse em voz alta.
Enquanto sua mulher tinha seus devaneios por holocaustos religiosos, ele apenas pensava em sua pequena aventura. Seu segredinho sujo.


E seu nome... Alejandro.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Ônibus

O som rolava infinitamente alto em suas orelhas, pensava apenas em chegar em casa e descansar. O ônibus não chegava nunca, estava no ponto no mínimo uma meia hora e estava começando a pensar em ir a pé ou chamar seu pai, que a muito contra gosto viria buscá-lo.
Chegou o ônibus, subiu, pagou sua passagem e se dirigiu ao fundo do ônibus como de costume. Como sempre o ônibus estava um pouco cheio, mas ele conseguiu um lugar no fundo para se sentar. Continuava a ouvir a música alta, era algum rock underground - "Well, everytime I feel you're coming round, you're going down/ You hit the ground with every force, it makes no sense or sound /God bless your soul girl/ Now you got the whole world/ I'm on my way now /I'll get there somehow..." - quando percebeu um rapaz. O rapaz usava um jeans já surrado pelo tempo, uma camiseta branca justa mas ao mesmo tempo larga no corpo esbelto, um camisa de flanela vermelha, um boné meio desgastado como a calça, tênis brancos e também ouvia música pelos seus fones. Parou próximo. Olhando admirado pela beleza iminente do novo passageiro, conseguiu até mesmo sentir o perfume dele, misturado ao suor da sua pele. Pele branca. Pele clara. Pele fácil de marcar. Marcava as veias sinuosas dos seus braços, com mãos grandes e bonitas, com dedos fortes e cheios de anéis. O rapaz então olhou. Viu que era observado, mas pela incerteza de seus olhos castanhos claros, demonstrava que ainda não entendia o porque de ser o observado. Viu o restante do rosto do rapaz. Sua barba clara por fazer, as poucas mexas que o boné deixava mostrar na testa.
Se iniciou então uma dança de olhares de desejos compulsivos.
Imagens dançavam eternamente em suas mentes, pode sentir o toque do rapaz por seu corpo, caminhando lentamente até o início de seu sexo, pode sentir o aroma de seu hálito, o cheiro doce e seco que saia de seu cabelo, se sentiu cada vez mais excitado, a ponto de consumir sua ânsia de desejo e volúpia ali mesmo, em um sujo e cheio ônibus.
O rapaz se aproximou, tirou seus fones, tirou os outros fones e disse:
- Me chame de seu.
Em resposta:
- Não, te chamo de meu, e tu também me chamarás assim.
Se olharam durante todo o percurso, sem trocar nenhuma palavra aos olhos dos outros. Mas entre olhares de desejos e carne, os amantes se conheciam mais e mais. Desceram algumas quadras de distante da casa do primeiro. Entram em uma casa pequena no fim de uma rua cheia. O cheiro de casa diferente, que sempre era uma impressão esquisita de se sentir, não era diferença agora, porque nesse momento os corpos que antes estavam em pura tensão sem saber o que fazer, agora ensinavam um ao outro aonde tocar, aonde sentir, aonde beijar, aonde cheirar, aonde arranhar, aonde lamber, aonde chupar, aonde apertar, aonde....
Dois corpos unidos. A sensação de prazer, paixão, de carne na carne....
O ápice estava próximo os dois sabiam, mas ao mesmo tempo, não queriam.
Ficaram assim durante horas incontáveis, insaciáveis... Até o orgasmo.
Dois cigarros.
Dois cafés.
Dois corpos suados e gozados, sentados em uma cama.
O rapaz diz:
- Acho que quero te chamar de meu pra sempre.
Em resposta:
- Acho que quero te ter pra sempre.
Beijos...
Beijos...
Beijos...

Qual é o seu nome?

Vazio

Por mais que pareça mais uma daqueles textos tristes e depressivos, esse texto é apenas uma reflexão da minha mente insana e inquieta que deseja escrever às 3 da manhã.

Todo ser humano se sente vazio em algum momento da vida. Não que ele perca as suas qualidades, suas conquistas, seu caráter, enfim... Há sempre um momento em que por leves segundos, ficamos apenas sem pensar em nada, sem reagir a nada, sem sentir nada. Pode ser em momentos traumáticos, em momentos de pura surpresa ou decepção, mas todos os seres humanos que conhecem e cultivam seus sentidos, já deve ter passado por isso.

Eu, por exemplo, me sinto vazio com a pobreza, com a incapacidade de ajudar alguém que realmente precisa do outro lado do mundo ou do outro lado da rua, me sinto vazio ao ver alguém sofrer, chorar de verdade, aquele choro sofrido de deixar até mesmo o pior dos vilões comovido de verdade. Nas coisas boas eu também sinto vazio, depois de receber um elogio perante meu trabalho ou até mesmo perante a alguma ação feita para alguém, um amigo, um parente. Sinto-me vazio após orgasmo (oras, porque não?) seja ele no final de uma transa deliciosa e carnal, ou de “amor” (como dizem por ai) ou então, quando se acaba em uma bela “punheta”. Sinto-me vazio quando decepciono alguém que amo, alguém que tenho apreço, alguém que eu odeio também, porque já se começa sendo vazio a odiar alguém, mesmo que essa pessoa mereça isso. Vazio com traição, tantas minhas como as de alguém, com mentiras, tantas as minhas como as de alguém, com vinganças, tantas as minhas como as de alguém.

O que eu quero dizer, que mesmo você sendo um lorde irlandês, mesmo você sendo um favelado, mesmo você sendo um artista famoso, mesmo você sendo um “Zé ninguém”, em algum momento da sua vida – que pode estar ai em cima – já se sentiu vazio.

Mas sabe o que isso significa? Significa o seu corpo, sua alma, seu cérebro, seu espírito se comunicando com o mundo, com o que acontece ao seu redor, porque momentos depois que você tem esse vazio, você percebe várias coisas, como a pobreza é uma bosta, como a preguiça ainda vai te matar, como é triste ver alguém chorar, como é uma delicia ser elogiado por quem quer que seja, como é delicioso (pode-se até mesmo soletrar bem devagar) gozar, ser gozado e continuar gozando, o como é humilhante decepcionar alguém, seja ela amiga ou não, como a traição é uma atitude repugnante e mesmo se ela for de ti, sinta nojo de ti por pelo menos cem anos, como as mentiras e as vinganças não levam a nada e nem te deixam mais bonito (a).

No final de tudo isso, vejo que o “vazio” na verdade, é apenas a nossa capacidade de lidar com as situações da nossa caminhada que chamamos de vida, que esse “vazio” na verdade significa nada mais, nada menos do que “pontos de evolução”, pontos que nos ensinam a crescer e viver como seres humanos de verdade, com plenas consciências de que no dia em não se sentir mais esse vazio, terás feito sua jornada nessa vida.

Ou na verdade, isso é tudo bobagem de um cara sem sono, querendo se passar por sabe-se lá o que...

Boa noite, que dizer, bom dia.

Sábado, oito de maio de 2010 – 03h40min