- Está com tanta pressa assim? - perguntou um rapaz que acabava de chegar ao balcão.
- Não, não, mas é que já está tarde e eu prec.... - ia já se levantando, mas o rapaz interveio. Colocou a mão em seu braço e disse:
- Fica mais um pouco, estava te olhando do outro lado do bar e só tomei coragem de lhe falar agora, fica pelo menos pra tomar uma cerveja.
O convite era muito tentador, afinal, não é todo dia que alguém jovem e bonito se interessa por um homem na casa dos 30. O rapaz era alto, devia ter lá seus 1,80m, mexicano, de cabelos pretos e lisos, um sorriso que ao mesmo tempo era doce e safado. Belos olhos castanhos, coisa linda de se ver, uma voz grave, com barba por fazer, com mãos grandes. Usava uma camiseta branca por baixo da jaqueta de couro, o que lhe dava um ar de seriedade e compromisso para alguém que estava no início da maioridade, porque afinal de contas aparentava ter lá seus 20 anos, dele vinha um aroma de baunilha e madeira que excitava quem quer que fosse. O papo foi rolando solto, sem neuras, conversaram sobre suas afinidades, sobre seus gostos, suas preferências musicais, para filme, livros...
Quando percebeu já era três e meia da manhã, devia a muito estar em casa. Se despediu do rapaz, cujo o nome, a essa altura da bebida, era impossível lembrar. Um olhar. Um sentimento. Um calor.Quando percebeu, estavam se beijando loucamente em um beco próximo ao bar, a língua e as mãos do rapaz, sabiam muito bem aonde ir, não precisava de guia, nem livros pra ensinar.
- Acho melhor irmos pra um motel. - disse sussurrando de prazer ao seu ouvido.
- Moro aqui perto, vamos até meu apartamento.
Foram apressados, como se alguém os perseguisse. Chegaram ao apartamento.
Beijos de desejo. Beijos de loucura. Os corpos nus se entrelaçando loucamente.
Gemidos. Suor. Gritos. Sussurros. Unhadas. Mordidas.O orgasmo foi intenso e prazeroso. Queriam mais e mais. Não se sabia se pelo desejo carnal, a muito tempo sem ser saciado ou pelo efeito gozativo que o álcool lhe proporcionou. Permaneceram nessa transa sem fim, durante horas. Prolongaram durante dias.Os dois homens, trancados dentro de um apartamento, vivendo apenas de sexo. Apenas de orgasmos sem fim, durante 3 dias.
Na noite do terceiro dia, o rapaz decidi ir embora. Um longo adeus.Promessas de um novo encontro, trocam telefones, e-mails, perfis e se despedem.
Sozinho, enquanto arrumava toda a bagunça feita pelos seus atos carnais e selvagens com o jovem rapaz, se lembrou de algo.
Minutos depois estava no aeroporto, esperava ansioso, achando que poderia ter se esquecido de seu compromisso. Mas quando avistou, sabia que estava ainda no horário.
- Oi meu amor! Que saudade de você! Tudo bem por aqui? - perguntou a mulher que o abraçava bem forte, com seus braços miúdos, suas mãos pequenas, mas que em uma delas estava um aliança de casamento.
- Oi meu amor! Que saudade eu estava de você também! Está tudo bem por aqui sim, me conte como foi de viagem? - perguntou ele com uma voz doce, de quem está com muitas saudades!
- Ai, Paris é uma delícia, da próxima vez, quero ir com você! O único problema é que aonde fiquei, tinha muito daqueles bares de gays, argh! Que nojo! Alguns até parecidos com aquele próximo de casa. Queria que as autoridades dessem um jeito nesses demônios!. - disse a mulher com um certo nojo, bem na hora em que passava por perto um casal de homens. - Deveriam ter vergonha! - disse em voz alta.
Enquanto sua mulher tinha seus devaneios por holocaustos religiosos, ele apenas pensava em sua pequena aventura. Seu segredinho sujo.
E seu nome... Alejandro.
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