Crônicas do dia-a-dia louco e insano que passamos correndo sempre, sem sequer olhar profundamente para si mesmo.

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Julia

Desliga o telefone. Ainda não acredita no que acaba de ouvir.
Seu corpo ainda não responde, sua alma ainda está aturdida.
Todo amor, toda a paixão, toda a esperança que ainda havia em seu ser foi pro ralo.
Seus sonhos, suas vontades....
Se joga na cama do quarto, grita, chora, se debate.
Pensa em como vão ser as coisas daqui pra frente.
Vai pro banheiro, se lava e chora novamente.
Vai pra cozinha, sente o cheiro que tanto dói no seu ser.
Vai pra sala e ainda consegue ouvir as vozes, as risadas, os gritos.
Decidi sair. Acende um cigarro no intuito de se acalmar, mas acaba por piorar ainda mais o que já está pior.
De repente nada mais faz sentido.
Quem é ela? Aonde está? Por que continua chorando loucamente? Por que grita loucamente? Por que tudo está quebrado por dentro?
Por que?
Sua resposta?
Um caminhão que não viu uma jovem chorando e gritando no meio da pista.
No últimos segundos de vida, enquanto a dor continua forte e insuportável ela se lembra o porque estava assim:

- Amor, vou até a casa da minha mãe faz tempo que não a vejo, amanhã de noite vou estar aqui te esperando com saudade....

- Julia? *soluço* Aqui é a mãe da Fernanda *chora descontroladamente*...*choro* assalto.... *choro* um tiro.... *chorando* JULIA A FERNANDA MORREU! *grita mais e mais*

Ouvindo gritos, pessoas chamando ajuda, mesmo assim ela só pensa em uma coisa:
Vou estar junto de você logo logo meu amor. Te amo.

....


Nenhum comentário: