Crônicas do dia-a-dia louco e insano que passamos correndo sempre, sem sequer olhar profundamente para si mesmo.

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Vazio

Por mais que pareça mais uma daqueles textos tristes e depressivos, esse texto é apenas uma reflexão da minha mente insana e inquieta que deseja escrever às 3 da manhã.

Todo ser humano se sente vazio em algum momento da vida. Não que ele perca as suas qualidades, suas conquistas, seu caráter, enfim... Há sempre um momento em que por leves segundos, ficamos apenas sem pensar em nada, sem reagir a nada, sem sentir nada. Pode ser em momentos traumáticos, em momentos de pura surpresa ou decepção, mas todos os seres humanos que conhecem e cultivam seus sentidos, já deve ter passado por isso.

Eu, por exemplo, me sinto vazio com a pobreza, com a incapacidade de ajudar alguém que realmente precisa do outro lado do mundo ou do outro lado da rua, me sinto vazio ao ver alguém sofrer, chorar de verdade, aquele choro sofrido de deixar até mesmo o pior dos vilões comovido de verdade. Nas coisas boas eu também sinto vazio, depois de receber um elogio perante meu trabalho ou até mesmo perante a alguma ação feita para alguém, um amigo, um parente. Sinto-me vazio após orgasmo (oras, porque não?) seja ele no final de uma transa deliciosa e carnal, ou de “amor” (como dizem por ai) ou então, quando se acaba em uma bela “punheta”. Sinto-me vazio quando decepciono alguém que amo, alguém que tenho apreço, alguém que eu odeio também, porque já se começa sendo vazio a odiar alguém, mesmo que essa pessoa mereça isso. Vazio com traição, tantas minhas como as de alguém, com mentiras, tantas as minhas como as de alguém, com vinganças, tantas as minhas como as de alguém.

O que eu quero dizer, que mesmo você sendo um lorde irlandês, mesmo você sendo um favelado, mesmo você sendo um artista famoso, mesmo você sendo um “Zé ninguém”, em algum momento da sua vida – que pode estar ai em cima – já se sentiu vazio.

Mas sabe o que isso significa? Significa o seu corpo, sua alma, seu cérebro, seu espírito se comunicando com o mundo, com o que acontece ao seu redor, porque momentos depois que você tem esse vazio, você percebe várias coisas, como a pobreza é uma bosta, como a preguiça ainda vai te matar, como é triste ver alguém chorar, como é uma delicia ser elogiado por quem quer que seja, como é delicioso (pode-se até mesmo soletrar bem devagar) gozar, ser gozado e continuar gozando, o como é humilhante decepcionar alguém, seja ela amiga ou não, como a traição é uma atitude repugnante e mesmo se ela for de ti, sinta nojo de ti por pelo menos cem anos, como as mentiras e as vinganças não levam a nada e nem te deixam mais bonito (a).

No final de tudo isso, vejo que o “vazio” na verdade, é apenas a nossa capacidade de lidar com as situações da nossa caminhada que chamamos de vida, que esse “vazio” na verdade significa nada mais, nada menos do que “pontos de evolução”, pontos que nos ensinam a crescer e viver como seres humanos de verdade, com plenas consciências de que no dia em não se sentir mais esse vazio, terás feito sua jornada nessa vida.

Ou na verdade, isso é tudo bobagem de um cara sem sono, querendo se passar por sabe-se lá o que...

Boa noite, que dizer, bom dia.

Sábado, oito de maio de 2010 – 03h40min

Um comentário:

Lucas disse...

glamourizando, amei o texto Caio, amei mesmo.